"Existem Venenos Tão sutis que, para conhecer-lhes as propriedades, temos que nos expor ás doenças que causam."

Oscar Wild.

20 abril 2010

Duplicidade.

Morbidez.

É tudo que sou capaz de sentir.
Vejo-me levemente mais feliz em tua ausência.
Mas permaneço mórbida.
Meus Olhos procuram os teus.
Minhas palavras as tuas.
Minha alma é fraca demais para se tornar uma sem tua presença.
Como posso me sentir assim por alguém como você?
Como sou capaz de amar alguém que não me considera o suficiente para si mesmo?
Como me deixo desgastar tão facilmente por ti?
Como sou orgulhosa o bastante para lhe dizer que sinto tua falta.
Desta vez quem sumiu sem deixar o mínimo vestígio fora tu.
E como me sinto bem; Sim me sinto mais leve quando não tenho que carregar tua alma comigo.
Sinto-me mais capaz de sorrir sem teu sorriso ou tuas lagrimas me sombreando.
O que cresce agora, que se alastra em minha frágil cobertura humana é meu amor.
O amor que precisava para me fazer feliz sem ter-te ao meu lado, sem nem desejar-te junto a mim.
O amor que agora vejo florescendo e criando raízes dentro de meu peito aberto que mostra meu duro coração ensanguentado que antes morria a cada segundo, a cada batimento por ti, vejo nele fincarem-se as raízes de meu amor próprio.




Morbidez.
É tudo que sou capaz de sentir escrevendo-te estas palavras.
Sinto-me triste por estar perdendo uma das melhores partes de mim, a parte que com maior intensidade era capaz de te amar.
Sinto-me vazia por saber que parte de mim morre a cada letra que surge aos meus olhos pesados.
Vejo-me forte ao bastante para quebrar as correntes imaginarias ás quais me prenderam a você.
Correntes que existiam somente para mim.
Sinto a confusão que cresce a cada novo segundo sem tua presença.

Posso ver minhas lagrimas substituindo meus olhos por ti.
Posso ver meu amor me permitindo ignorar-te.

Posso ver que nada sou sem ti.
Posso ver o quanto cresci em relação a mim mesma em tua ausência.


Posso ver que preciso de ti.
Posso ver que sou capaz de andar com meus próprios pés.

Posso ver que ainda existem duas partes dentro de mim.
Eu, e a parte que furtei de ti para jamais esquecer-te.
Ambas mórbidas e frias por tua partida.

14 abril 2010

Seasons

"So let the seasons Begin "

Sim deixe minhas estações começarem dentro de ti, deixe minhas forças te dominarem e enfim abaterem o animal enjaulado que guardas dentro dos olhos.
Primeiro virão os fervores do verão que lhe aquecerão a alma, lhe tirarão da mesma indiferente rotina sórdida que já havia a muito lhe infectado os ossos.
Farei-lhe ver a luz de meu sol, deixar-me-ei brilhar dentro de ti, lhe darei minha luz para que possas andar na escuridão com o auxilio de meus raios a lhe guiarem.

E assim irão cair de tuas arvores minhas folhas de outono, meu gélido vento ira passar por teus suportes, lhe deixará vulnerável a meus poderes, minhas vontades, lhe farei temer meu inverno com um conforto materno e protetor, lhe farei um mimo dentre a morte que se desprende dos galhos nus das frigidas arvores, lhe farei meu eterno outono.

Com aviso prévio tu te preparaste para meu eminente inverno que finalmente chegara para matar as restes de si que ainda lutavam por existir dentro de tua carcaça, minha neve matava e apodrecia cada vestígio passado de existência, cobria tudo com uma infindável cortina branca que trazia a mudança em cada milímetro cúbico, que aniquilava todo seu eu tornando-te inteiramente mim, tornando-te meu.

Por fim vira minha primavera que plantara dentro de ti toda minha vida, tudo que já vivi agora também fará parte de ti, todas minhas dores e amores, tudo que vi, senti e vivenciei dentro de minha existência brotará dentro de ti, lhe farei experimentar meus sabores, minhas texturas, meus aromas, a vida que dizimara anteriormente em meu inverno agora recolocarei em ti, mas com leves toques de minha essência, claro que dentre as sementes escolherei o melhor e o pior de ti para semear terreno agora tão fértil, mas igualmente desgastado.
Colocarei teu eu dentro de ti, me colocarei dentro de ti, afinal minhas estações não só lhe transformarão em partes de mim, mas também me transformara eternamente em ti.






05 abril 2010

ESTREMA

Hoje me peguei lendo minhas próprias palavras e nelas encontrei um verdadeiro choque, ali escondida sobre letras e mais letras encontrava-se seguinte palavra "estrema”.

Muitos diriam que é normal um ser humano confundir-se em meio dos pensamentos diários, outros diriam este ser um erro incorrigível e por sua culpa e de muitos outros que hoje em dia nossa escrita é quase primitiva.
Honestamente não sou uma pessoa primitiva, muitos dizem que sou culta, pois passo a maioria de meu tempo enterrada sobre pilhas de livros, isso não me faz uma pessoa culta, se fizesse não escreveria "estrema" ou escreveria?
Não me considero esperta, nem ao menos diferente, sou comum, tão comum que dói aos olhos, sou comum e erro, sou comum e escrevo "estrema”, sou simplesmente comum.
Sou complexa, complexamente comum, simplesmente complexa, complexada talvez?
Errante, isso posso dizer não me refiro apenas a meu "estrema", mas em minha vida.
Passei inumeráveis eternidades errando, erro até hoje, sou constituída de erros, um ser errante que errando faz seu caminho certo.



Ao acaso me peguei hoje lendo minhas palavras e nelas achei escondido um "estrema".

"Estremamente" chocada com meus erros volto à vida para nela encontrar milhares de outros "estremos".