"Existem Venenos Tão sutis que, para conhecer-lhes as propriedades, temos que nos expor ás doenças que causam."

Oscar Wild.

18 outubro 2014

Segunda(mente)

Primeiramente houve tu e então não houve mais nada, queimou a pele e a essência em todo esplendor que lhe cabia para então não sobrar resquício do que já havia sido.

Na primeira mente que teve era tudo cinza, um mundo naturalmente apático feito de toda tua desconstrução do nada; Sempre quis ser algo sem saber por onde começar.

Lhe conheço bem demais, decoro teus caminhos e esqueço-os só para perder-me dentro de ti, sou a poesia na tua pele, a chuva que insiste em não cair, sou teus complexos, o cabelo branco que teima em surgir, fui teu tudo e hoje não sou nada, uma construção de tuas idealizações de vida, tão irreal e etérea quanto ti, como uma chama de existência, eu queimo.

Vou destruir toda essa tua contemplação do mundo, criar em ti o que já fui e desaparecer por trás de teus olhos, vou virar pó e levar comigo todo teu nada, queimar assim como tu sem saber fixar os pés nas cinzas, cambaleante vou repetir teus erros que vão assim perpetuar pra sempre dentro de ti.

Primeiramente não foi nada de mais, nunca foi nem nunca fui.

Se descobriu tudo ao se entregar a todo esse nada que tende a existir dentro de mim.

Mas isso é hoje.

Na segunda, segunda mente.