"Existem Venenos Tão sutis que, para conhecer-lhes as propriedades, temos que nos expor ás doenças que causam."

Oscar Wild.

04 fevereiro 2011

Saudadar.


Saudades não só doi pela falta que faz saudade doi pela dor de não ter, pelo desconhecido do faltar, da desconfiança do ser, saudade doi pela graça de não ver, pela expectativa do encontrar, pela imaginação do fazer.
Saudades é, jamais saudades será, saudades é um plural no singular eterno, um só não sente saudades, mas cada saudade é única, é rara e desigual.
Sou saudades, saudades serei, saudades não sei se fui, se me doi tanto a arte do faltar me pergunto se antes tive no peito a dor do saudadar, dessa saudade até das palavras que antes não havia inventando, já sinto saudades por saber que não serão elas dignas de palavras encantadas pelas múltiplas saudades.
Saudade assim simples, não conjunta formando as 'Saudades' em si, mas a saudade é boa, a saudade valoriza, encanta nos olhos quem sente, saudade faz falta, é bom sentir saudade, sentir o fogo que acende no lugar quando ela se vai, agora saudades é a pior desgraça do mundo, é feita por cada saudade sentida, saudades doi uma dor que muitas vezes se faz forçada a ser alimentada por outros ares que não são os da saudade, saudades às vezes se faz esquecer, saudades às vezes morre, saudades às vezes mata, saudades são coniventes, juntas muitas saudades sufocam, muitas das saudades acabam se tornando lembrança para alguns e dor para outros.
Não sei se sinto saudade.
Não sei se não sinto saudades.
Sei que sou um oco esperando os dias para ser preenchido.