Me diz agora o que o faço.
Chega mais perto e me conta como você conseguiu, em quais fios mexeu por aqui, qual interruptor você ligou pra fazer isso comigo; Vem cá e me explica como conseguiu espiar dentro desse emaranhado de carne e ossos assim tão facilmente; Me conta como andou por mim se desvincilhando tão naturalmente de minhas amarguras, vai menino desembucha tudo, me conta teus segredos, que magias usou comigo, fala como se fosse da boca pra fora quais talentos você tem que me fizeram assim, boba por algo que nunca pude segurar.
Deita aqui e me rouba o tempo falando sobre como é tua pele, sussurra na minha que anseia tanto por conhecer-te, tem noites menino que ouço minhas mãos gritando pelas tuas, e sabe... juro que de vez em quando me pego deitada entre os lençóis pensando em ti (pobres coitados, já presenciaram tantos desamores que já nem se iludem mais) e assim na mais pura inércia da existência minha pele se nega a aceitar o vazio que existe sem começo nem fim, mil vezes mais ela prefere fantasiar com tua pele ao redor, meu corpo já instintivamente imagina o teu junto a mim, os lábios que nunca vi acariciando os meus, te imagino por inteiro menino sem saber bem o que imaginar.
Me olha nos olhos e me diz com eles o que eu faço, não sei como correr, nem pra longe nem pra mais perto de ti.
Olha o que tu fez menino, achou um brinquedo torto e brincou sem imaginar que ele acordaria.
With a warm inside, I walk into the dark.